No alto daquela montanha, a vista era, agora, clara.
Respirava mais ar do que havia para respirar e sentia mais do que tinha sentido.
O escuro abatia-se, sem pena, nem perdão, mudo e cruo. Tudo era negro. Já nada mais havia para existir. Só uma memória.
O vento frio, mas quente de desejo, tocava-me....Abraçava-me... e lentamente a roupa caía.
A casa, atrás, em ruínas, lembrava-me o passado que já foi.
O mar ao longe, bravo e azul, gritava uma voz ensurdecedora. Um chamamento.
Ali, eu, frágil e abandonada, sorria. Já não tinha medo.
Ao lado, uma janela. Olhos não chegavam para alcançar a vista.
Estava seduzida por aquela visão.
A certeza de deixar, fez-me sair.
E tão boa esta viagem.
LunaPapa
1.14.2010
12.27.2009
E com palavras fáceis me seduzes.
Ouço a chuva cair lá fora. A noite está escura. Adivinho-a perpendicular.
Ao longe, vejo um clarão.
Um fogo a arder.
Mas como, se chove?
A chuva torna-se cada vez mais intensa.
O fogo cada vez mais reluzente.
A noite, fria, muda, cada vez mais escura.
A tua voz, ao longe, soa a lanças escorregadias, vermelhas.
Saio.
Vagueando.
Carrego, penosamente, e apenas, a tua memória.
Sorrio ao recordar-te.
Patético.
Em que te metamorfoseaste, triste lembrança.
O fogo consome-me os olhos. Choro pelo seu brilho.
A chuva parou. Continua escuro lá fora mas já não vejo fogo.
Ouço-te cada vez mais perto.
Sussurras-me ao ouvido palavras só nossas.
Sorrio-te.
E quero que fiques.
Ouço a chuva cair lá fora. A noite está escura. Adivinho-a perpendicular.
Ao longe, vejo um clarão.
Um fogo a arder.
Mas como, se chove?
A chuva torna-se cada vez mais intensa.
O fogo cada vez mais reluzente.
A noite, fria, muda, cada vez mais escura.
A tua voz, ao longe, soa a lanças escorregadias, vermelhas.
Saio.
Vagueando.
Carrego, penosamente, e apenas, a tua memória.
Sorrio ao recordar-te.
Patético.
Em que te metamorfoseaste, triste lembrança.
O fogo consome-me os olhos. Choro pelo seu brilho.
A chuva parou. Continua escuro lá fora mas já não vejo fogo.
Ouço-te cada vez mais perto.
Sussurras-me ao ouvido palavras só nossas.
Sorrio-te.
E quero que fiques.
12.26.2009
12.22.2009
11.24.2009
Desenho-te com plena intensidade.
Corpo nu.
Formas fortes e sãs.
O meu desejo aumenta, funde-se nos meus sentidos.
Consigo entrar em ti….
Permanecer.
Mas tu não és’ real.
E a musica não para de tocar.
E este sentimento que teima em acontecer,
De tão forte não pode ser, também ele, real.
Desejo-te de uma forma musical.
11.08.2009
Terra fria.
Chao quente.
Vento doce hoje, amanha amargo.
Desejo incontrolavel.
Sou assim. A Perdida.
Perdida numa rosa dos ventos, em que eu propria invento direccoes.
Silencio bom.
E um ceu aberto a agradecer-me.
Jardim verde. Verde encanto.
Encantada por um canto ouvido num canto escuro.
Canto recto e quadrado.
Despida. Nus.
Somos dois, os dois.
Agreste. Permanecemos.
Chao quente.
Vento doce hoje, amanha amargo.
Desejo incontrolavel.
Sou assim. A Perdida.
Perdida numa rosa dos ventos, em que eu propria invento direccoes.
Silencio bom.
E um ceu aberto a agradecer-me.
Jardim verde. Verde encanto.
Encantada por um canto ouvido num canto escuro.
Canto recto e quadrado.
Despida. Nus.
Somos dois, os dois.
Agreste. Permanecemos.
10.10.2009
Escuro.
A noite abraça-me nesta caminhada sem morada.
O som dos meus passos atormentam-me como o tic-tac da velha máquina.
Julgava caminhar com a liberdade. Não.
...és tu que me dás a mão.
Tu, que ainda não nasceste, que ainda não tens memória.
A tua beleza é impossivelmente infinita.
Nunca te vi mas revejo-te em todo o lado.
A cidade, luminosa, frenética, contudo quieta, assiste à minha busca.
A música não pára de tocar na minha cabeça...
Como que um chamamento.
Quem és tu? Onde vives?
Existes ou és apenas outra minha ilusão?
Não, não podes ser real.
Que elemento és tu?
Serás de pedra? serás de vento? serás de pau?
Serás uma bailarina aprisionada num corpo de pau e com cabelos de vento?
A noite abraça-me nesta caminhada sem morada.
O som dos meus passos atormentam-me como o tic-tac da velha máquina.
Julgava caminhar com a liberdade. Não.
...és tu que me dás a mão.
Tu, que ainda não nasceste, que ainda não tens memória.
A tua beleza é impossivelmente infinita.
Nunca te vi mas revejo-te em todo o lado.
A cidade, luminosa, frenética, contudo quieta, assiste à minha busca.
A música não pára de tocar na minha cabeça...
Como que um chamamento.
Quem és tu? Onde vives?
Existes ou és apenas outra minha ilusão?
Não, não podes ser real.
Que elemento és tu?
Serás de pedra? serás de vento? serás de pau?
Serás uma bailarina aprisionada num corpo de pau e com cabelos de vento?
10.08.2009
10.05.2009
E a música não pára de tocar... repete-se, repete-se e outra vez...
Quase que me enlouquece, que me possui.
Aqui já não respiro. Aqui já não te resisto.
E calmamente deito-me a teu lado.
Agarro-te com suavidade para te beijar com força, sem parar...
Apetece-me sentir-te com força...
E sentir o teu prazer nos teus sorrisos...
De repente, a tua língua em mim...Uma textura fina...Tão tua...Tão minha...
Sinto o teu respirar ofegante, a marcar-me o ritmo dos meus lábios…
E sinto uma das minhas mãos no teu cabelo...com a outra, sinto o meu corpo...devagarinho... Num acto muito nosso...
Neste quarto, pesado e penosamente escuro, divirto-me a pensar no possível prazer que eu te provoco...
A música finalmente pára. Tu dissolves-te no silêncio.
Estou temerosamente excitada.
Tenho de deixar este quarto.
Quase que me enlouquece, que me possui.
Aqui já não respiro. Aqui já não te resisto.
E calmamente deito-me a teu lado.
Agarro-te com suavidade para te beijar com força, sem parar...
Apetece-me sentir-te com força...
E sentir o teu prazer nos teus sorrisos...
De repente, a tua língua em mim...Uma textura fina...Tão tua...Tão minha...
Sinto o teu respirar ofegante, a marcar-me o ritmo dos meus lábios…
E sinto uma das minhas mãos no teu cabelo...com a outra, sinto o meu corpo...devagarinho... Num acto muito nosso...
Neste quarto, pesado e penosamente escuro, divirto-me a pensar no possível prazer que eu te provoco...
A música finalmente pára. Tu dissolves-te no silêncio.
Estou temerosamente excitada.
Tenho de deixar este quarto.
O bater das teclas daquela velha máquina de escrever sufocavam-me.
O ar estava denso e pesado. Já não conseguia recordar aquela noite.
Fechava os olhos e tentava reviver aquela ilusão. Mas só restava o vazio. Como se a chuva, que caía lá fora, esborratasse aquele quadro por nós pintado.
Pelo quadrado da janela, a tinta vermelha do fim de tarde, pintava os edifícios escuros, as pessoas que passavam, o rio que parava.
O fogo, ardia também cá dentro. Só este momento, ao anoitecer, era real para mim.
A luz era, como o meu passado, uma dúvida. Tentava enfeitiça-la, pedindo-lhe para durar.
O ar estava denso e pesado. Já não conseguia recordar aquela noite.
Fechava os olhos e tentava reviver aquela ilusão. Mas só restava o vazio. Como se a chuva, que caía lá fora, esborratasse aquele quadro por nós pintado.
Pelo quadrado da janela, a tinta vermelha do fim de tarde, pintava os edifícios escuros, as pessoas que passavam, o rio que parava.
O fogo, ardia também cá dentro. Só este momento, ao anoitecer, era real para mim.
A luz era, como o meu passado, uma dúvida. Tentava enfeitiça-la, pedindo-lhe para durar.
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