12.27.2009

E com palavras fáceis me seduzes.
Ouço a chuva cair lá fora. A noite está escura. Adivinho-a perpendicular.
Ao longe, vejo um clarão.
Um fogo a arder.
Mas como, se chove?
A chuva torna-se cada vez mais intensa.
O fogo cada vez mais reluzente.
A noite, fria, muda, cada vez mais escura.
A tua voz, ao longe, soa a lanças escorregadias, vermelhas.
Saio.
Vagueando.
Carrego, penosamente, e apenas, a tua memória.
Sorrio ao recordar-te.
Patético.
Em que te metamorfoseaste, triste lembrança.
O fogo consome-me os olhos. Choro pelo seu brilho.
A chuva parou. Continua escuro lá fora mas já não vejo fogo.
Ouço-te cada vez mais perto.
Sussurras-me ao ouvido palavras só nossas.
Sorrio-te.
E quero que fiques.

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